terça-feira, junho 18, 2013

O espírito

O espírito que norteia a onda de manifestações que agora chega ao Brasil é o da indignação com o status quo. Não é uma manifestação contra o PT ou contra o PSDB, mas sim contra O SISTEMA, contra os que se dizem representar o povo, mas representam apenas interesses próprios e dos que detêm o poder econômico. O movimento é conduzido por uma massa de jovens indignados e politizados, sem líderes, não partidarizados. Os que depredam patrimônio público e privado não têm qualquer relação com o movimento, e somente os ignorantes, os que se acham esclarecidos, os que se regozijam com o status quo é que tentam deslegitimar o poder que está eclodindo nas ruas. O principal serviço que a imprensa deve prestar ao povo neste momento é revelar o que de fato mobiliza a juventude e ressaltar sempre que somente num período democrático como o que vivemos é possível ao povo manifestar nas ruas a sua indignação. Fosse noutros tempos, as manifestações de ontem teriam resultado num banho de sangue e hoje não apenas os vândalos é que estariam sendo encarcerados.

O leitmotiv da revolta é a crise que assola a democracia representativa no mundo inteiro. O que devemos louvar no movimento é a capacidade de mobilização de uma juventude cansada da inércia e, principalmente,  de uma juventude que descarta os rótulos. Mobilização essa que não seria possível, com a intensidade e velocidade hoje vistas, sem essa ferramenta extraordinária que é a internet.

Até onde vai essa mobilização? Será possível, a partir dela, reinventar o modo de fazer política? 

segunda-feira, março 28, 2011

Barbárie

A Folha.com noticia que a revista Rolling Stone veiculou em seu site reportagem na qual denuncia atrocidades cometidas por comando de infantaria das Forças Armadas americanas contra civis na propalada Guerra ao Terror. Os crimes foram praticados na província afegã de Kandahar, em janeiro do ano passado, numa operação  em busca de rebeldes talibãs.

Quando um fato como esse vem à tona, a causa é a delinquência de meia dúzia de degenerados. Quando um atentado terrorista é cometido por fanáticos islâmicos, a culpa é de todo um povo.

A barbárie não é exclusividade de um povo, mas um fato histórico que mancha todos os povos, sejam ocidentais ou orientais. A barbárie é exclusividade da raça humana.

Felizmente a raça humana não é apenas barbárie, mas também é música. Na Radio Blog, vale a pena escutar Here Comes Your Man. Recomendação ao lado, principalmente para quem se chocou com as imagens dantescas do site da Rolling Stone.

segunda-feira, março 14, 2011

EMANCIPA

Na ZH de sábado foi publicada notícia de que o Ministério Público de Contas instaurou expediente para apurar irregularidades denunciadas na ouvidoria do Tribunal de Contas do Estado a respeito do Projeto Emancipa, cursinho gratuito criado pela Luciana Genro. Tais irregularidades diriam respeito a suposto favorecimento do governo do Estado, consistente na utilização das dependências do Colégio Estadual Júlio de Castilhos e no patrocínio fornecido pela  Icatu Seguros.

As supostas irregularidades teriam sido veiculadas pela Revista Veja em matéria que este Blog não obteve acesso.

Em seu site ((http://www.lucianagenro.com.br/) , Luciana Genro informa que a utilização das dependências da escola estadual não constitui privilégio outorgado pelo governo do Estado, que o salário dos professores corresponde a R$20,00 a hora-aula (como são duas turmas, os professores perceberão R$300,00 de renda mensal) e que a Icatu Seguros, que tem contrato sem exclusividade há mais de dez anos com o Banrisul, patrocina diversas ONG´s e OSCIPS, e não apenas o Projeto Emancipa.

As divergências políticas entre Luciana Genro e o Governador Tarso Genro é fato notório, sendo que o seu partido foi fundado por políticos que romperam com o PT.

Também é notório que os “capitalistas do ensino” não têm interesse na proliferação de cursos gratuitos.


SOBRE AUTOMÓVEIS E BICICLETAS

Também na edição de sábado de ZH, um médico de Porto Alegre apresenta a seguinte resposta para a pergunta se é possível pensar em um trânsito melhor depois do atropelamento dos ciclistas: “Cobrando IPVA dos ciclistas para financiar ciclovias seguras, e exigir que respeitem as leis de trânsito e usem os equipamentos exigidos em lei, que simplesmente ignoram.”

Como ninguém pensou nisso antes?

Cobrar imposto dos proprietários de bicicleta, mesmo daqueles que delas dependem por não possuírem recursos para trafegar em veículos automotores?

Então o trânsito é o que é porque os ciclistas não respeitam as leis?

Para melhorar o trânsito então basta que os ciclistas utilizem os equipamentos de segurança?

Pelo menos o Doutor Paulo Bandarra não pensa, ou ao menos não expressou o pensamento de que para que o trânsito melhore basta proibir a circulação de bicicletas. Defende ele a construção de ciclovias “seguras”.

Depois de ler essa opinião passarei a me preocupar mais com os ciclistas, pois parece que os problemas do trânsito não decorrem da horda de motoristas celerados que trafegam irresponsavelmente pelas ruas.

sexta-feira, março 11, 2011

Terremoto


No dia 1º de novembro de 1755, um terrível terremoto, seguido de uma gigantesca tsunami destruiu a cidade de Lisboa, matando de 10 a 15 mil pessoas (Há relatos de que teriam morrido 90 mil). A população da capital portuguesa era estimada em 250 mil pessoas. No dizer do historiador gaúcho Voltaire Schiling, "poucas catástrofes geológicas geraram tantas indagações e lançaram tantas dúvidas no homem moderno".

O escritor, ensaísta e filósofo Voltaire, na sua sátira Cândido ou O Otimismo, descreveu o impacto da catástrofe:

  — Metade dos passageiros, enfraquecidos, agoniados com a inconcebível indisposição em que a instabilidade de um navio deixa a todos os nervos e humores do corpo, agitados em sentidos contrários, não tinham nem mesmo forças para inquietar-se com o perigo. A outra metade soltava gritos e rezava; as velas estavam rotas, os mastros quebrados, o navio fendido. Trabalhava quem pudesse, ninguém se entendia, ninguém comandava, o anabatista auxiliava um pouco a manobra; achava-se no convés; um marinheiro furioso bate-lhe rudemente e derruba-o sobre as pranchas, mas, com o golpe que lhe deu, caiu ele próprio para fora do navio, ficando suspenso a um toco de mastro. O bom Jaques corre em seu auxílio, ajuda-o a subir e, com o esforço que faz, é precipitado no mar, sem que o marinheiro fizesse o mínimo gesto para salvá-lo. Cândido aproxima-se, vê o seu benfeitor que reaparece um momento à tona e é tragado para sempre. Quer lançar-se ao mar, mas Pangloss lho impede, provando-lhe que a enseada de Lisboa fora feita expressamente para afogar o anabatista. Enquanto o provava a priori, o navio parte-se ao meio e todos perecem, com exceção de Pangloss, de Cândido e do brutal marinheiro que afogara o virtuoso anabatista; o facínora nadou até a margem, onde Pangloss e Cândido arribaram, agarrados a uma tábua.
     Depois que se refizeram um pouco, encaminharam-se para Lisboa; restava-lhes algum dinheiro, com o qual esperavam salvar-se da fome, depois de haverem escapado à tempestade.
     Mal entravam na cidade, chorando a morte do benfeitor, quando sentem o solo tremer sob os seus pés; o mar, furioso, galga o porto e despedaça os navios que ali me acham ancorados. Turbilhões de chama e cinza cobrem as ruas e praças públicas; as casas desabam; abatem-se os tetos sobre os alicerces que se abalam; trinta mil habitantes são esmagados sob as ruínas. Assobiando e praguejando, dizia consigo o marinheiro: – Muito há que aproveitar aqui. – Qual poderá ser a razão suficiente deste fenômeno? – indagava Pangloss.
     Chegou o último dia do mundo! exclamava Cândido. O marinheiro corre imediatamente para o meio dos destroços, afronta a morte em busca de dinheiro, acha-o, embriaga-se; depois de cozinhar a bebedeira, compra os favores da primeira rapariga de boa vontade que encontra sobre as ruínas das casas e em meio dos mortos e moribundos. Enquanto isto, Pangloss puxava-o pela manga. – Meu amigo – dizia-lhe, – isto não está direito, ofendes a razão universal, empregas muito mal o teu tempo. – Com os diabos! – responde o outro, – sou marinheiro e nasci em Batávia; marchei quatro vezes sobre o crucifixo, em quatro viagens que fiz ao Japão; e ainda me vens com a razão universal!
     Alguns estilhaços de pedra haviam ferido Cândido, que se achava estendido no meio da rua e coberto de destroços.
     — Ai! – dizia ele a Pangloss, consegue-me um pouco de vinho e de óleo, que estou morrendo.
     — Este terremoto não é novidade nenhuma – respondeu Pangloss. – A cidade de Lima experimentou os mesmos tremores de terra no ano passado; iguais causas, iguais efeitos: há com certeza uma corrente subterrânea de enxofre, desde Lima até Lisboa.
     — Nada mais provável – respondeu Cândido, – mas, por amor de Deus, arranja-me óleo e vinho.
     — Como, provável? – replicou. – Sustento que é a coisa mais demonstrada que existe.
     Cândido perdeu os sentidos, e Pangloss trouxe-lhe um pouco de água de uma fonte vizinha.
     No dia seguinte, havendo encontrado alguma provisão de boca em meio aos escombros, repararam um pouco as forças. Em seguida puseram-se a trabalhar como os outros para auxiliar os habitantes escapados à morte. Alguns cidadãos por eles socorridos deram-lhes o melhor almoço que poderiam encontrar em tais circunstâncias. Verdade que a refeição era triste; os convivas regavam o pão com lágrimas. Mas Pangloss consolou-os, assegurando-lhes que as coisas não poderiam ser de outra maneira: “Pois tudo isto – dizia ele – é o que há de melhor. Pois, se há um vulcão em Lisboa, não poderia estar noutra parte. Pois é impossível que as coisas não estejam onde estão. Pois tudo está bem”.
     Um homenzinho de preto, familiar da Inquisição, que se achava a seu lado, tomou polidamente a palavra e disse:
     — Pelo visto, o senhor não crê no pecado original; pois, se tudo está o melhor possível, não houve nem queda, nem castigo.
     — Peço humildemente perdão a Vossa Excelência – disse Pangloss ainda mais polidamente, – pois a queda do homem e a maldição entravam necessariamente no melhor dos mundos possíveis.
     — O senhor não crê então na liberdade? – perguntou o familiar.
     — Vossa Excelência me desculpará – disse Pangloss; – a liberdade pode subsistir com a necessidade absoluta; pois era necessário que fôssemos livres, porque enfim a liberdade determinada...
     Pangloss estava no meio da frase, quando o familiar fez um sinal de cabeça para o seu lacaio, que lhe servia vinho do Porto.

     Depois do tremor de terra que destruiu três quartas partes de Lisboa, os sábios do país não encontraram meio mais eficaz para prevenir uma ruína total do que oferecer ao povo um belo auto-de-fé; foi decidido pela Universidade de Coimbra que o espetáculo de algumas pessoas queimadas a fogo lento, em grande cerimonial, era um infalível segredo para impedir que a terra se pusesse a tremer.
   
As imagens do terremoto e da gigantesca tsunami que devastou uma região do Japão nesta sexta-feira voltam a despertar no homem o sentimento de total impotência ante a força da natureza. "Vivemos no melhor dos mundos possíveis", dizia Pangloss, parodiando Leibniz, no clássico de Voltaire.



sexta-feira, março 04, 2011

A Cidade das Formigas

INFÂMIA

Uma lei do município de Porto Alegre, publicada em fevereiro de 2010,  obriga que em todos os eventos esportivos federados realizados na cidade seja executado o hino rio-grandense e o hino nacional.
O hino rio-grandense é belíssimo. Difícil conter a emoção ao vê-lo cantado, com paixão, pelos torcedores de Grêmio ou Internacional.
Façanhas que devem servir de modelo a toda Terra. Aurora precursora do farol da liberdade. 20 de setembro precursor da liberdade.
O hino-riograndense é a manifestação mais intensa do amor cívico do gaúcho. Narra ele a história da revolução farroupilha, epopéia de um povo contra a exploração do governo imperial.
Todo povo precisa sonhar. E sonham os gaúchos, afirmam sua auto-estima, enaltecendo as façanhas dos heróis farroupilhas.
História ou mito? Seriam os farrapos os precursores da liberdade? Mas que liberdade é essa?
Juremir Machado da Silva desconstrói a história oficial da revolução farroupilha.
O seu História Regional da Infâmia revela que os heróis farroupilhas  não passavam de infames fazendeiros que, com o único propósito de defender o próprio bolso, instauraram uma guerra que durante 10 anos banhou de sangue as coxilhas da Província de São Pedro.
Traição, corrupção, assassinatos covardes..esse o enredo do livro.
Se a história oficial nos conta que os farroupilhas custaram a largar as armas pelo fato de o Império não aceitar alforriar os negros que lutaram em favor da revolução, Juremir, com a autoridade de quem pesquisou em mais de 1.500 documentos e leu mais de 250 livros a respeito, afirma que a revolução foi patrocinada com recursos provenientes da venda de negros para o Uruguai.
O exército farroupilha era composto por forte contingente de negros, arregimentados com a promessa de que se lutassem pela causa farrapa ganhariam a liberdade. É dessa liberdade que fala o hino cuja execução obriga a lei porto-alegrense.
O  que revelou a pesquisa de Juremir é que os negros foram as maiores vítimas da revolução, uma vez que, para por fim a guerra e assegurar a própria anistia, os próceres farrapos firmaram um infame acordo com o pacificador Duque de Caxias, por força do qual David Canabarro, com o conhecimento de Zeca Neto, entregou os lanceiros negros para serem chacinados na Batalha de Porongos.
Onde começa a história e acaba o mito? O que é a história? “Seria a História um labirinto de espelhos que se refletem e neutralizam como uma série infinita de versões incompletas, sobre um mesmo acontecimento, narradas por cegos de olhos bem abertos e interiormente iluminados?” – pergunta Juremir nas primeiras páginas da obra.
O que celebramos no 20 de setembro? Um fato histórico ou um mito criado numa época em que o nacionalismo reinante (anos trinta) impunha a construção de uma mitologia gaúcha?
Questionei o Juremir, na Feira do Livro, se tínhamos motivos para continuar celebrando o 20 de setembro. Em resposta, disse que sim, pois houve muita bravura, afinal. Mas que bravura é essa? Se existiu bravura, não há qualquer relação entre ela e a cantada no hino rio-grandense.
Dei-me conta que formulei mal a pergunta e, em tempo, volto a formula-la: consegues celebrar o 20 de setembro, Juremir?

terça-feira, março 01, 2011

Agradecimento de um leitor

Ao Scliar, assim como ao Erico, escritores destacados na biblioteca do meu pai, atribuo a responsabilidade por terem me tornado um apaixonado pela literatura. Foi Cenas da Vida Minúscula, que li ainda guri lá em Jaguarão, meu verdadeiro primeiro livro. Foi o primeiro livro a me instigar a curiosidade de manusear o dicionário (na busca pelo significado da palavra homúnculo)... e também o primeiro a me fazer “viajar”( na trilha das Amazonas). Na adolescência, após ler uma crônica sua, em que parafraseava uma passagem bíblica, me senti encorajado a arriscar uma paráfrase sobre a vida de Jesus (um Cristo nascido menino de rua, sob um viaduto, e que se tornaria Rei dos Mendigos), a qual me rendeu elogios da professora de português, diante de toda a turma, incentivando ainda mais a minha voracidade pelos livros e pela escrita. Herdei do pai o hábito de ler a ZH dominical, sobretudo as crônicas do Veríssimo e do Scliar, desde os tempos do Caderno ZH e por fim no Caderno Donna. “Leste o Scliar?”...era pergunta habitual lá em casa aos domingos. É difícil assimilar a ideia de que não mais lerei o Scliar na ZH dominical. O Veríssimo ficará lá, solitário na terceira página....depois de lê-lo faltará algo....Bem que poderiam remanejar o David para lá. Penso que existe algo em comum entre eles, não pelo estilo, sei lá, acho que pelo fato de o Scliar ter prefaciado o Canibais, mas principalmente por ainda guardar em minha Caixa de Entrada a resposta do David a um e-mail que enviei-lhe alguns dias atrás: “Segue na mesma, Joaquim...” O Scliar não merecia seguir na mesma em que estava desde o início de janeiro. Na realidade, ele já não estava mais aqui, e Saturno parecia reinar no Bom Fim. Quando sair do escritório, rumando pela Independência e descendo a Telles, ainda lembrarei daquela crônica na qual ele descrevia um passeio matinal pela Vasco, pela Telles, pela Ramiro, mas não mais conservarei aquela esperança de encontrá-lo numa virada de esquina. É difícil circular pelo Bom Fim sabendo que ele não mais está aqui. Quero a Rua Moacyr Scliar! Para quem comentarei a respeito dos nomes que condicionam destinos? A quem recorrerei para encontrar novas releituras do Antigo Testamento? Adeus Scliar, obrigado por ajudar meu pai a me fazer um apaixonado pelos livros. Shalom Scliar. Na minha biblioteca estás imortalizado e as tuas histórias serão lidas pelo meu filho.. E será a tua imortalidade que me ajudará, assim como ajudaste o meu pai, a fazer do meu filho um grande leitor. E assim como aconteceu comigo, e com tantos outros, acontecerá com o Gabriel e tantos outros futuros leitores...Leitores gerados graças a Escritores com E maiúsculo, como tu e o Erico...Escritores...esses seres imortais...Como tu, caro Scliar....Obrigado Moacyr Scliar...Obrigado...Shalom.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Um avião em Nova Iorque e um ônibus a caminho de Pelotas

Chegamos de Pelotas ontem à tardinha, após dois dias de muita correria e breves oportunidades de gozo nostálgico. De volta a Porto Alegre, na hora da janta, ficamos surpresos com o acidente do air bus sobre as águas do Rio Hudson. Como pôde o piloto evitar a morte daqueles mais de 150 passageiros?

Hoje pela manhã, ao ligar a TV enquanto o café passava, um soco no peito anunciou a tragédia Xavante. Como pôde aquele ônibus ter-se perdido na curva assassina?

Choramos a estupidez sobre rodas. Choramos o sangue Xavante.

quarta-feira, novembro 05, 2008

O raio abençoado

Li há pouco sobre a vitória de Barack Obama na histórica eleição norte-americana. O mundo sempre esteve mais seguro, a paz mais prestigiada, quando a maior potência do planeta foi governada pelos democratas. Ver um negro ocupando a Casa Branca é motivo de felicidade para qualquer adepto da democracia (a única ideologia que coloca o ser humano acima de todas as coisas). Barack é raio em hebraico. Obama, abençoado em sualli (dialeto queniano). O mundo, nem tanto quanto os EUA, esperam que os sonhos vendidos por Obama se tornem realidade.