quinta-feira, junho 29, 2006

Justificação


Peço desculpas àqueles que acessaram o blog nos últimos vinte dias e decepcionaram-se com a sua desatualização. Justifico minha desídia pela falta de tempo decorrente tanto de meus compromissos profissionais quanto do agravamento de minha obsessão futebolística, inevitável nestes tempos de Copa do Mundo e prazerosa alienação.


Conselho aos banqueiros

Os números divulgados pelo Banco Central revelam que em 2005 os bancos lucraram 28,3 bilhões de reais, lucro este obtido, principalmente, através das operações de crédito bancário. Digno de nota observar que em 2003 a taxa média de rentabilidade dos bancos brasileiros foi de 17%, enquanto que a dos bancos norte-americanos ficou em 14%. Se você é brasileiro e pretende fundar um banco, os números evidenciam que você vive no país certo. Em 2004, os bancos lucraram 13,9 bilhões de reais, o que evidencia um superávit de 50%. Se você é banqueiro, vote em Lula para presidente. Fico devendo os números referentes à lucratividade dos bancos durante os oito anos de governo FHC. Apesar disso, sinto-me seguro ao dar o seguinte conselho: se você, banqueiro, apesar da benevolência petista, insiste em se manter fiel ao tucanato, fique tranqüilo, vote no Alckmin, pois garanto que o grau de benevolência não será reduzido.

Conselho aos pobres

Se você é pobre, pobre mesmo, vote Lula para presidente. Afirmo isto após ler as seguintes declarações do presidente-presidenciável: “Seria tão mais fácil a gente governar se tivéssemos que cuidar só dos pobres. Os pobres não dão trabalho, por isso por muito tempo ficaram esquecidos. Eles não têm dinheiro para ir protestar em Brasília, para fazer passeatas. O pobre quer apenas um pouco de pão, enquanto o rico, muitas vezes, quando encosta na gente, quer um bilhão. Fazer política para pobre é uma coisa prazerosa, porque a gente sente que a comida chega na casa das pessoas”. Como você pode perceber ao ler,desculpe, ao ouvir as palavras do presidente, ele sente prazer em fazer política para você. Se você, como pensa o presidente, concorda que comida é pão, saiba que se reeleito, Lula assegurará uma ração diária de pão na sua mesa. Mas não se esqueça, se votar em Lula, nem pense em ir à Brasília reclamar, seja da quantidade ou da qualidade do pão, senão o presidente poderá ficar irado e suspender o fornecimento. Se você é rico... bem, se você é rico, não deve estar muito preocupado: seja Lula, ainda sem prazer, seja Alckmin o vencedor, a sua condição não será alterada.

A três meses das eleições

Quando escutava o Jabor chamar a esquerda brasileira de burra, e ao mesmo tempo assistia às fracassadas tentativas da esquerda petista de chegar ao governo federal, dava crédito às suas palavras. Quando o PT chegou ao Planalto, pensei que Jabor nunca mais tacharia de burra a esquerda brasileira. Ledo engano! Votei no Lula e, conseqüentemente, acabei ajudando a legitimar a sua transição mais à direita – centro-esquerda? Centro-direta? Tanto faz. Tive que assumir a burrada. Insistir nela, ao menos no primeiro turno, de forma alguma. Tenho alternativas? Tenho, talvez duas apenas. Mas elas existem. As pesquisas evidenciam que nenhuma delas com probabilidade de eleição. Não importa. Votarei por eliminação. Parece que somente dois candidatos são eleitoralmente viáveis, mas não posso compactuar com o cinismo e com a hipocrisia. Por isso, às favas com as pesquisas! Nunca votei no FHC, mas votei no Lula. Minha experiência de eleitor me impede de repetir a dose.


Teste o seu estômago


É mais difícil de tolerar: O jogo de empurra do PT (PMDB) e do PSDB(PFL) quanto aos ataques de corrupção e ineficiência administrativa? A insistência do Parreira em proibir o Ronaldinho Gaúcho de jogar futebol? A megalomania do Galvão Bueno? Ou o Maluf e o Pitta candidatos à deputado federal?

sábado, junho 10, 2006

"Tudo que acontece é intrinsecamente semelhante ao homem a quem acontece" .

Spandrell, em Contraponto, de Aldous Huxley