terça-feira, junho 18, 2013

O espírito

O espírito que norteia a onda de manifestações que agora chega ao Brasil é o da indignação com o status quo. Não é uma manifestação contra o PT ou contra o PSDB, mas sim contra O SISTEMA, contra os que se dizem representar o povo, mas representam apenas interesses próprios e dos que detêm o poder econômico. O movimento é conduzido por uma massa de jovens indignados e politizados, sem líderes, não partidarizados. Os que depredam patrimônio público e privado não têm qualquer relação com o movimento, e somente os ignorantes, os que se acham esclarecidos, os que se regozijam com o status quo é que tentam deslegitimar o poder que está eclodindo nas ruas. O principal serviço que a imprensa deve prestar ao povo neste momento é revelar o que de fato mobiliza a juventude e ressaltar sempre que somente num período democrático como o que vivemos é possível ao povo manifestar nas ruas a sua indignação. Fosse noutros tempos, as manifestações de ontem teriam resultado num banho de sangue e hoje não apenas os vândalos é que estariam sendo encarcerados.

O leitmotiv da revolta é a crise que assola a democracia representativa no mundo inteiro. O que devemos louvar no movimento é a capacidade de mobilização de uma juventude cansada da inércia e, principalmente,  de uma juventude que descarta os rótulos. Mobilização essa que não seria possível, com a intensidade e velocidade hoje vistas, sem essa ferramenta extraordinária que é a internet.

Até onde vai essa mobilização? Será possível, a partir dela, reinventar o modo de fazer política? 

Um comentário:

Unknown disse...

Lamentável é que antigos coadjuvantes desse tipo de movimento ontem, hoje empregados do poder, sentem a brisa com cheiro de golpe... Apenas conhecem a democracia que lhes convém...