domingo, maio 21, 2006

"Parodiando Satã, nosso velho conhecido, o "espírito paulista" é, mais do que nunca, devasso, insípido e, sobretudo, cada vez mais pobre. Neste Estado, quem conduz quem? Quando ricos fazem contrabando de roupas caras ou pagam com o caixa dois de suas empresas e, bancos, o caixa dois da corrupção do Estado (que nem na República Velha foi tão "paulista"), quando os traficantes de verdade (os que possuem os aviões ou as fazendas onde eles pousam, empresas de transportes, falam inglês, trocam dólares, têm contas em paraísos fiscais e, juntamente com seus filhos, são os consumidores principais) não aparecem nos noticiários policiais, mas nas colunas sociais da São Paulo pós-moderna, quem pode se surpreender que o partido mais forte seja o da marginalidade? Hoje, como na época do "Macário", nada é o que parece ser".
Francisco Alambert
Fonte: Folha de São Paulo, 21/05/2006

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