terça-feira, maio 02, 2006

Conflito entre o governo boliviano e as multinacionais brasileiras

A Folha Online, lá pelas 9h 15min de hoje, noticiou que o Evo Morales teria ordenado ao Exército que ocupasse dois campos petrolíferos da Petrobrás na Bolívia. O site boliviano jornadanet.com, destaca manifestação do presidente Lula no sentido de querer diálogo com Morales a respeito dos casos envolvendo a Petrobrás e a EBX, mas não faz qualquer referência à ocupação noticiada pelo Folha Online. O site, no entanto, informa que a população de Porto Suarez rechaça as medidas do governo que interromperam a implantação da fábrica da EBX, e faz referência à participação de um ex-ministro do desenvolvimento econômico e um senador, que , mancomunados com os empresários brasileiros, estariam manipulando a população da cidade para que se mobilize a favor da empresa brasileira. O portal noticia ainda que o governo boliviano afirma que a Petrobrás deve 450 milhões de dólares ao Estado, em razão de um acordo firmado em 1999 relativo ao gasoduto Brasil-Bolívia. As acusações contra a EBX dizem respeito à construção de uma siderúrgica da empresa MMX, filial daquela, que teria sido vetada em virtude de violações à legislação ambiental e à Constituição boliviana. Já o portal Bolívia.com dá destaque às negociações entre Lula, Kirchner e Chavez, para incluir a Bolívia no supergasoduto do sul. O site confirma que a fronteira Brasil-Bolívia, em Puerto Suarez, onde seria instalada a siderúrgica da EBX, estaria bloqueada desde às 0h de hoje. O periódico El Diário enaltece o governo de Morales, principalmente nas ações de defesa da soberania nacional e dos recursos naturais do povo boliviano. No La Prensa é feita referência somente à edição de um decreto presidencial que determina a interrupção das obras da EBX e impõe a esta a imediata adequação à legislação boliviana sob pena de ser expulsa do país.O jornal destaca ainda que um dirigente civil de Puerto Suarez, líder do movimento que pede a suspensão do veto à EBX, teria pedido asilo político à Polícia Federal em Corumbá. O mesmo foi acusado pelo governo boliviano de liderar a retenção dos ministros do planejamento para o desenvolvimento, do desenvolvimento econômico e microempresas e das minas, que haviam ido a Puerto Soarez com o objetivo de dialogar e explicar à população que a permanência da EBX é ilegal. No argentino El Clarín, é confirmada a informação de que Morales decretou a nacionalização dos hidrocarbonetos, advertindo que se não se adequarem ao decreto, as petroleras deverão abandonar o país em 180 dias. Também não faz alusão à ocupação militar nas propriedades da Petrobrás. Morales determinou que as petrolíferas entreguem sua produção à estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPBF) e se dediquem apenas à tarefas administrativas. O El Nacional publicou informação de que o governo brasileiro teria se afirmado ser nada amistosa a decisão feita por Morales no sentido de nacionalizar os hidrocarbonetos. As operações da Petrobrás, maior empresa multinacional em atividade na Bolívia, correspondem a 15% do PIB do país. Quanto à ocupação militar em campos petrolíferos da Petrobrás, até este momento, é notícia veiculada somente pela Folha Online.

Nenhum comentário: