Andou bem a presidente Michele Bachelet ao não permitir que o ditador Pinochet recebesse honras de Chefe de Estado, bem como por não decretar luto oficial no país. Se o exército chileno quer velar o sanguinário ditador falecido no dia ontem com honras de milico chefe, isso apenas evidencia o quanto os militares têm dificuldade em refletir a respeito das atrocidades cometidas em ditaduras por ele patrocinadas.
segunda-feira, dezembro 11, 2006
domingo, dezembro 10, 2006
Pra entender como isso tudo começou
Como nos mostra Peninha, tudo começou há mais ou menos 460 anos, quando o Rei de Portugal, Dom João III, aceitando conselho do vedor da Fazenda Real, D. Antônio de Ataíde – o Conde da Castanheira -, resolve implementar o Primeiro Governo Geral do Brasil.
Quinze anos antes, Portugal, sem interesse de investir em um projeto de ocupação e colonização da terra recém descoberta, optara por transferir à iniciativa privada a responsabilidade de ocupar o imenso território descoberto 30 anos antes.
O imenso território sul-americano fora então dividido em 15 lotes, com largura média de 500 quilômetros cada, perfazendo doze capitanias que se estendiam a partir da costa e, por serem doadas “para todo o sempre”, eram hereditárias. Não era uma doação a título gratuito, muito pelo contrário, pois cada donatário recebeu o encargo de, às suas expensas, ocupar, administrar, explorar e proteger o lote recebido.
À princípio, considerando-se que a Coroa não dispunha de recursos para investir na colonização da vasta possessão ultramarina, o projeto era imune à críticas. Mais ou menos como os baluartes da privataria tucana defendem a privatização das empresas públicas no Brasil de hoje.
No entanto, o sistema das capitanias hereditárias, com exceção da capitania de Pernambuco, redundou em tremendo fracasso.
Menos de uma década após sua instituição, o descaso e a incompetência dos capitães do Brasil, aliados às revoltas indígenas e a cada vez mais intensa investida francesa sobre o território brasileiro, levaram a Corte a trazer a Coroa e a Espada para estas terras.
O grande temor dos portuguesas, além do lógico risco de perder o domínio sobre o Brasil, era o de ver a França construir um entreposto avançado que lhe permitisse controlar a Rota do Cabo (da Boa Esperança), caminho mais curto entre a Europa e as Índias.
Nesse contexto é que se dá a instituição do primeiro Governo Geral do Brasil, que seria exercido pelo militar Tomé de Souza, o qual certa vez disse que “todo homem é fraco e ladrão”.
Junto com o Estado, aportou por estas terras também a Cruz.
Se a ordem e a lei vieram em meio aos clamores de colonos e donatários e ao temerário avanço dos franceses, a eficácia do Governo Geral mostrou-se muito aquém do necessário.
Remonta a esse período a origem de traço peculiar de nossa cultura política, o confundir o público com o privado, ou de contaminar àquele com os vícios deste.
Em que pese a história não apontar nódoa alguma na gestão de Tomé de Souza, os detentores do cargo de provedor-mor da Fazendo do Brasil, Antônio Cardoso de Barros, e o primeiro ouvidor-geral do Brasil, Pero Borges, sofreram inúmeras acusações de corrupção.
O nosso primeiro ministro da Fazenda, “pessoa de confiança do rei” e por tal razão escolhido para estender o “longo braço do fisco” sobre estas terras, teria papel decisivo no esquema de desvio de verbas que se desenvolveria durante a construção de Salvador.
Por outro lado, o primeiro ministro da justiça, “o homem da lei”, já havia sido acusado e condenado por receber indevidamente quantias de dinheiro que lhe eram levadas à casa, provenientes das obras de um aqueduto cuja supervisão lhe fora encarregada quando exercia o cargo de corregedor de justiça em uma cidade do Alentejo. Não seria no Novo Mundo que os vícios de Pero Borges seriam amainados.
Mas não foi somente a Coroa e a Espada que para cá vieram embebidos em corrupção.
O primeiro Bispo do Brasil, o Bispo Sardinha, tem sua biografia marcada pela prática de converter penas eclesiásticas em penas pecuniárias.
Foi assim que tudo começou.
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Machuca
Machuca é o sobrenome do garoto Pedro, morador de uma favela da periferia de Santiago do Chile, às vésperas do golpe militar que colocou Pinochet no poder.
A ditadura chilena foi a mais sangrenta da história da América Latina. O filme mostra os contrastes sociais sob o agonizante governo Allende, evidenciando o papel das classes média e alta na instauração do regime militar.
O pai do amigo rico de Machuca, funcionário da FAO, a certa altura do filme resume o substrato legitimador do golpe militar: “O socialismo é o melhor para o Chile. Mas não é o melhor para nós”.
Allende tentara instaurar um regime socialista no país andino, mas fracassou. A pobreza endêmica esteve longe de ser erradicada, e o apoio soviético veio tarde demais.
O encontro de Machuca e seu amigo (cujo nome esqueci) se dá no Colégio St. Patrick, uma escola de padres, cujo diretor tenta educar os alunos a partir de princípios como a igualdade e a solidariedade, o suficiente para ser tachado de comunista pelos abonados pais da maioria discente. Conflitos entre os garotos pobres e ricos eclodem na escola, enquanto nas ruas fascistas e comunistas digladiam-se em passeatas efervescentes.
É nesse clima que os dois garotos e uma menina que, assim como Machuca, morava na favela, estabelecem um forte laço de amizade – na verdade, um adolescente triângulo amoroso.
Machuca e a menina convivem com as agruras da miséria, enquanto o garoto rico convive com o drama de suportar o adultério da mãe perua, amante de um velho milionário casado.
O filme é triste; escatológico para os pobres e constrangedor para as famílias que legitimaram o regime militar chileno.
Há poucos dias noticiaram que Pinochet estava à beira da morte. Na televisão, assistimos à manifestações de sectários do sanguinário ditador chileno. Não tenho conhecimento da bilheteria obtida pelo filme em solo chileno, mas ele deveria ser exibido à exaustão para os jovens.
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domingo, novembro 26, 2006
Cuba Libre
Andy Garcia é cubano de nascimento e norte-americano por opção. Não sei detalhes de sua biografia, mas ao assistir ao filme Cidade Proibida – no qual é produtor, diretor e ator principal - saí com a convicção de que a sua estória deve ser bastante semelhante à do protagonista – na realidade, protagonista é a própria Cuba.
Cuba, como toda nação latino-americana que se preze, sempre foi vítima da sanha espoliadora da metrópole colonizadora e do império conquistador. Tanto um como outro não conseguiriam, ou melhor, desistiriam de seus projetos de saque e dominação não fosse a condescendência e o espírito sanguessuga dos criollos, num primeiro momento, e das sucessivas gerações de rufiões que administram a seu bel-prazer os interesses da pátria.
As Cubas de Fulgêncio Batista e Fidel Castro, embora extrinsecamente diferentes, muito se assemelham em suas entranhas.
Se Batista era um ditador bárbaro, proxeneta dos interesses norte-americanos na ilha, Castro não fica atrás ao pregar que tudo é permitido fazer em prol de um fim maior.
Meios iguais, fins, ao seu modo, diferentes.
Batista usava a repressão e a violência para ampliar e conservar os favores pessoais que recebia da canalha imperialista.
Castro usava ( e usa) da repressão e da violência para conservar na massa a certeza de ser ele, o seu poder, a panacéia para os males que sempre assolaram o povo cubano.
Toda e qualquer ditadura é insana, não importa a cor da ideologia que a sustenta.
Batista não tinha ideologia nem caráter, sonhava acordado às custas do desespero cubano.
Castro sonhava – e segue sonhando – um sonho profundo no qual Cuba é uma ilha paradisíaca em que o povo come, lê e não fica doente.
Para Castro, os fins justificam os meios. O fim almejado por Castro é o convencimento das massas acerca de sua divindade. Castro acredita piamente que foi ungido pelo povo para expulsar os espoliadores da ilha. Castro é amado pelos famintos, venerado pelos companheiros de armas. Amar Castro é o fim, não importa a que preço. Quem não o ama, está a serviço dos interesses escusos do imperialismo norte-americano. É simples. É simples e simplório.
Certa vez o "camarada" Lênin disse: “Que liberdade? A liberdade para morrer de fome? Para que essa liberdade?”.
Todo ditador tem convicção plena de que somente ele é capaz de pensar, somente ele é capaz de dizer o que é bom ou o que é mau para o seu povo. Batista era um psicopata, acreditava-se um ser supremo. Castro é esquizofrênico, tem convicção plena de que o povo precisa apenas de pão, água e aspirinas.
O que é a liberdade? Para que liberdade? Qual liberdade?
Toda ditadura é estúpida. Toda ditadura é baseada no medo: no medo que os ditadores possuem de ver a sua autoridade perder a legitimidade, e no medo dos perseguidos que não compartilham dos ideais esquizofrênicos dos que detêm o poder.
A Revolução Cubana foi boa no único e efêmero instante em que expulsou Fulgêncio Batista do poder. O povo segue amando a revolução. Mas quem é o povo? Quem “são” o povo? Todos? A maioria? Sim, a maioria. No entanto, assim como a maioria não pode ser obrigada a ser escravizada pela minoria, a minoria também não pode ser forçada a pensar apenas conforme os ditames de uma pseudo maioria. Digo pseudo maioria porque em uma ditadura não existe liberdade de pensamento. Numa ditadura é o ditador quem pensa pelo povo, e este, se não reclama, se aceita voluntariamente (como na maior parte do regime fidelista) o pensamento único, imposto verticalmente, igualmente não é livre (por fatores inconscientes) para pensar, motivo pelo qual também não exerce o poder.
Liberdade? Para que liberdade?
Se eu fosse ditador, você poderia ficar inerte, pois a opinião que manifestei obrigatoriamente também seria a sua opinião. Mas não sou um ditador e, se muito embora também não vivamos em uma democracia, você é livre para externar o seu pensamento e contrapô-lo às razões que acabei de expender em favor da liberdade.
Os fins, por mais nobres que em abstrato possam parecer, não justificam a desconsideração da humanidade como um fim em si mesmo.
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domingo, novembro 19, 2006
Passado escondido
A União não respeitou os prazos dados pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU e da Procuradoria Geral da República para a abertura dos arquivos com documentos sigilosos da ditadura militar. Por obra de FHC, foi criado em 2002 o carimbo ultra-secreto, destinado a conferir status de sigilo eterno a papéis sigilosos. A Lei 11.111, sancionada por Lula em maio de 2005, relega à Casa Civil a avaliação destinada a classificar documentos no mais alto grau de sigilo. Com base nesse diploma legal, o governo brasileiro mantém trancado à sete chaves documentos que serviriam de substrato probatório suficiente para punir militares responsáveis por crimes praticados durante o governo dos coturnos. A população brasileira, em ofensa à ordem constitucional vigente, não pode ser tolhida em seu direito de ter acesso à todas e quaisquer informações que comprovem a prática de crimes contra a humanidade durante o regime de exceção. A omissão do atual governo brasileiro em ignorar os pedidos de abertura dos arquivos da ditadura, pedidos estes protocolados pela ONU e pelo Ministério Público, evidencia uma aviltante pusilanimidade dos responsáveis pela manutenção do sigilo. É importante relembrar que até mesmo os soviéticos, responsáveis por uma das ditaduras mais sanguinárias da estória, não se furtaram a tornar públicas as atrocidades praticadas durante o governo stalinista. Também os norte-americanos, notórios em suas práticas de acobertar violações aos direitos humanos (por exemplo, Guantánamo), abriram os arquivos da Guerra do Vietnã, tornando públicos documentos que revelaram as atrocidades praticadas contra os civis vietnamitas. A pusilanimidade do atual governo brasileiro (de forma alguma o único responsável por essa tática de ocultação) torna-se ainda mais estarrecedora pelo fato de muitos de seus membros terem sofrido na carne e na alma os efeitos da truculência e bestialidade dos militares . Motivos escusos impedem a abertura dos arquivos. A ONU, o MP e a imprensa vêm tentando demover o governo dessa conduta omissiva. Mas cabe sobretudo à sociedade civil a tarefa de impedir essa estratégia de eternização do sigilo absoluto sobre os crimes praticados pelos militares.
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sexta-feira, novembro 10, 2006
quinta-feira, novembro 09, 2006
quinta-feira, outubro 19, 2006
Dúvidas
1) Qual o conteúdo do dossiê Serra?
2) Onde o PSDB aplicou os bilhões obtidos nas privatizações?
3) O Alckmin é a favor das privatizações?
4) O que o Alckmin pretende privatizar?
5) Se o PSDB defende a redução da carga tributária, como pretende obter receita?
6) O que é pior, privatizar ou cobrar altos tributos?
7) O que o PT pretende fazer nos próximos 4 anos para alavancar a economia brasileira?
8) Quem é mais condescendente com o mercado financeiro: PT ou PSDB?
9) Algum dos candidatos à presidente da República pretende equilibrar a receita da indústria e do comércio com os lucros auferidos pelos bancos?
10) O que motivou José Serra a apresentar o projeto de emenda constitucional que matou o §1º do art. 192 da CF?
11) O que motivou o Fernando Henrique Cardoso a editar a MP que permitiu a capitalização mensal dos juros remuneratórios cobrados pelas instituições financeiras?
12) Lula sabia ou não sabia?
13) Por que não foi instaurado nenhum processo de impeachment contra o Lula?
14) Por que não houve tanta araúza da imprensa quando dos indícios de compras de votos na votação da emenda à reeleição?
15) Por que a imprensa não questiona o conteúdo do Dossiê Serra?
16) Por que votar no Alckmin?
17) Por que não votar no Lula?
18) Você acha que não havia mensalão na gestão tucana?Por quê?
19) Por que o PSDB ataca o Lula tão-somente com as acusações de corrupção?
20) Quem é mais incompetente como oposição, PT ou PSDB?
21) Onde anda Duda Mendonça?
22) Onde anda Marcos Valério?
23) Onde anda Romero Jucá?
24) Onde anda Henrique Meireles?
25) Quem é pior eleitor, o paulista que elegeu o Maluf ou o nordestino que elegeu o Collor?
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sábado, outubro 07, 2006
Dilema
O que é pior: a) Votar no Lula, ignorando o apoio solicitado por este ao Jáder Barbalho? b) Votar no Alckmin, após este ter se sujeitado a mendigar apoio do casal Garotinho?
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domingo, outubro 01, 2006
Votar
Bem, se fizermos uma análise puramente jurídica, é lógico que o votar é uma obrigação, pois deriva de um imperativo legal que determina aos maiores de 18 anos e aos menores de 70 anos a obrigação de apertar as teclas da urna eletrônica. Simplória essa conclusão? Não, de forma alguma. Encarar o voto simplesmente como uma obrigação legal implica em reconhecer nessa conduta a realização de uma simples tarefa mecânica de apertar botõezinhos. Muitos encaram o votar como um suplício, uma tarefa por demais enfadonha, em razão da qual temos de deixar o conforto do nosso lar, em pleno domingo, apenas e tão-somente por que a lei manda. Suplício maior se revela para aqueles que não tiveram tempo ou interesse para escolher os candidatos merecedores do seu voto, ou para aqueles que não encontraram nenhum candidato digno da sua confiança ou ainda para aqueles que simplesmente colocam todos os políticos profissionais no mesmo saco de gatos que infesta as esferas do executivo e do legislativo.
Se você dirigiu-se à seção eleitoral de má-vontade, irritado por ter de sair de casa neste domingo apenas para votar, eu entendo, aceito e repudio a lei que lhe obrigou a tal transtorno.
Se você dirigiu-se à seção eleitoral apenas motivado por coação legal, sem ter certeza de quem são, afinal de contas, as pessoas representadas por esses números difíceis de decorar, eu também lhe dou razão, pois ninguém gosta de fazer algo motivado tão-somente por um imperativo externo, que não influencia de maneira alguma a sua consciência.
E ainda, numa terceira hipótese, se você irritou-se ao sair de casa hoje pela manhã, constrangido e com a firme convicção de que estava sendo obrigado a votar em meia-dúzia de gatunos, entendo que inclusive você tem direito a uma reparação.
Por outro lado, muitas pessoas reconhecem no ato de votar o exercício de um direito. Essas pessoas vêem no ato de votar a tentativa de construir um futuro melhor. Essas pessoas, sem exceção, dirigem-se à seção eleitoral com o mesmo propósito. Os fins são os mesmos: ajudar a eleger determinados representantes. No entanto, as motivações variam de acordo com o tipo de eleitor, e esse tipo é definido de acordo com a resposta dada à seguinte questão: o que significa esse futuro melhor?
A resposta, dependendo do tipo em que se enquadra o eleitor, é a seguinte: a) Voto no fulano por que ele me prometeu um cargo no governo; b) Voto no fulano por que ele prometeu me dar um rancho; c) Voto no fulano porque ele já me deu um rancho; d) Voto no fulano porque ele prometeu.....etc; e) Voto no fulano porque ele demonstra ser capaz de pôr em prática, ou ao menos lutar ferrenhamente para pôr em prática, o programa de governo que anunciou durante a campanha; f) Voto no fulano porque ele é melhorzinho que o beltrano; g) Voto no fulano porque não votarei no sicrano de forma alguma.
Se você se enquadra nos tipos a, b, c e d, preferiria que o voto não fosse um direito, mas sim um privilégio a ser concedido a apenas alguns cidadãos que demonstrassem a capacidade de compreender com exatidão o sentido real da palavra cidadão e da palavra democracia.
Se você se enquadra no tipo e, e tem certeza de que o que diz é efetivamente o que pensa, lhe parabenizo por ser capaz de entender realmente o significado e a importância do voto. Mais, gostaria que o mundo começasse de novo agora e somente a pessoas como você fosse concedido o direito de votar.
Por outro lado, se você se enquadra nos tipos f e g, me solidarizo com a inquietação que se apodera da sua mente no dia de hoje. Mas peço também que você faça o mea culpa, assim como estou fazendo, e reconheça que não somos perfeitos, somos protótipos de cidadãos. Mas não se aflija tanto, não somos apenas agentes de deturpação do sistema, somos vítimas desse sistema, pois, afinal de contas, não somos nós quem decide quem serão os candidatos, mas apenas quem escolhe quais dos candidatos previamente escolhidos ocuparão as esferas do poder. O sistema não é perfeito, nós não somos perfeitos. Um é reflexo do outro. Nós, como vítimas, temos o direito de tentar corrigir essas imperfeições. Temos o direito e a obrigação. Mas, para cumprir com essa obrigação, é necessário que antes reconheçamos que essa só pode ser cumprida se entendermos o voto e o exercício da cidadania como um direito cujo exercício é a única maneira de tornar as coisas, ao menos, um pouco melhores.
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domingo, setembro 24, 2006
A máfia dos sanguessugas na gestão tucana
Voltando um pouco no tempo, livrando-nos um pouco da lama petista e mergulhando de cabeça na lama tucana, é preciso que nos questionemos a respeito do quê, afinal de contas, havia no tal dossiê Serra.
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que o tal dossiê não consiste em uma sucessão de documentos e gravações forjadas. Não, a canalha petista que negociou a compra dos documentos não os forjou, apenas os tentou comprar, de maneira ilícita, para utilizá-los como trunfo, como instrumento de barganha, no estilo “Não te esqueças, ao tentar me jogar no precipício, que um laço firme nos une”.
Lemos na edição de hoje da Folha de São Paulo, que a Polícia Federal vai investigar a gestão tucana na pasta da Saúde. Não caiamos na paranóica tentativa de abalar a credibilidade desse órgão policial, imputando-lhe conluio com a administração petista. Está certo, concordo que a suspeita não é de todo infundada se pensarmos que as investigações poderiam andar mais rápido. Certos entraves justificam desconfiança, mas são insuficientes para evidenciar uma suposta colusão.
A grande suspeita que paira sobre a gestão tucana na pasta da saúde deriva de fortes indícios de que o sucessor de Serra no ministério, hoje prefeito de Piracicaba, estaria metido num esquema ilegal de emendas durante o tucanato, emendas estas que alimentariam a sanha arrecadadora da Planam.
Será que os dois fios da meada serão algum dia unidos? Será que algum dia seremos poupados da demagogia petista-tucana? Melhor: quando nos livraremos do PT (PMDB) e do PSDB (PFL)? Falta uma semana para as eleições. Pretendo fazer a minha parte.
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domingo, setembro 10, 2006
Responsabilidade política
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domingo, agosto 20, 2006
O Corvo
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
Fez-me então o ar mais denso, como cheio dum incenso
«Profeta», disse eu, «profeta — ou demónio ou ave preta!
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
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SOBRE VAMPIROS
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sábado, agosto 19, 2006
A Paixão Amorosa
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terça-feira, agosto 15, 2006
Bolsa-banqueiro
"Não vou acabar com o Bolsa-Família.Vou acabar com o Bolsa-Banqueiro".
Heloísa Helena, no debate de ontem na TV Bandeirantes
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domingo, agosto 13, 2006
Sermão do Bom Ladrão
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Queijo de Minas
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Debate
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Fala banqueiro
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sábado, agosto 12, 2006
O Monstro que devora o Brasil
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A Visão do Eleitor
Por favor, na hora de escolher o seu candidato a deputado federal, pondere com base nestes dados. Maiores informações podem ser obtidas junto ao sítio http://perfil.transparencia.org.br/
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quarta-feira, agosto 09, 2006
Absurdo
Dita acusação, além de absurda, é burra, oportunista, covarde e irresponsável.
Absurda – e caluniosa - , haja vista que quando questionado acerca de quem de dentro do PT, especificamente, estaria em conluio com o PCC na perpetuação dos ataques criminosos, o secretário, em flagrante crise de idiotia, disse que não sabia apontar no momento mas que isso seria investigado.
Burra por servir de reconhecimento do governo paulista de que efetivamente perdeu o controle sobre a segurança pública do Estado, assumindo, portanto, a sua incapacidade gerencial, o que representa uma confissão de incompetência administrativa.
Oportunista, pois revela que o verdadeiro incômodo do governo paulista – leia-se, tucano – com relação ao caos que se abate sobre o Estado não diz respeito aos efeitos nefastos que este vem gerando sobre a população, mas sim ao efeito negativo que representa para a ambição tucana de vencer as eleições de outubro.
Covarde, pois revela prática comum na história da administração pública brasileira, e de forma alguma tática exclusiva dos tucanos, de ao invés de reconhecer os próprios erros e esforçar-se para tentar corrigi-los, prefere empurrar para o rival a responsabilidade quanto a estes.
Irresponsável, pois ao apontar, sem o mínimo de evidências, uma colusão entre o partido do Presidente da República e o crime organizado, não pondera sobre a repercussão que dita alegação pode produzir para a estabilidade social da nação, além da potencial benesse que pode significar para as ações do PCC.
No momento em que efetuou dita denúncia, o secretário, com certeza, afora tudo o que aqui se disse, não apercebeu-se de que estava dando um tiro no próprio pé. Não andaria de forma tão trôpega o ilustre secretário paulista se, ao invés de tentar atirar no PT, tivesse criticado o governo federal quanto a ausência de uma política nacional de segurança pública. Andaria melhor ainda se tivesse responsabilizado o governo federal pela falência da segurança pública no país. No entanto, ao deixar o desespero tomar conta, aliado à entranhada prática política brasileira de pensar o governo única e exclusivamente como palanque para as eleições seguintes, o secretário tucano revelou às claras que o PSDB não tinha um programa de governo para implementar no Estado de São Paulo e, por dedução lógica, também não o tem para administrar o Brasil.
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sábado, agosto 05, 2006
Eleições 2006
1 LINHA RES. - EM NOME DA ESPOSA
R$ 2.903,00
1.362.603 QUOTAS MARITRAD COMERCIAL LTDA
R$ 1.362.600,00
1.362.603 QUOTAS MARITRAD COMERCIAL LTDA EM NOME ESPOSA
R$ 1.362.600,00
1/2 IDEAL TERRENO B. OLARIA, SALTO/SP
R$ 299.248,00
1/2 IDEAL TERRENO E CONSTR. R. FLORENCIO DE ABREU, 562, SP - SP
R$ 201.331,00
10% LJ 02 R. CEL XAVIER DE TOLEDO, 153 - SP - SP
R$ 14.871,00
10% TERRENO E CONSTR. R. AUGUSTA, 2813 a 2833 - SP - SP
R$ 354.682,00
10% TERRENO E CONSTR. TRAV. ESTR. GRANADA, 19 - SP - SP
R$ 14.896,00
159.672 AÇÕES PN METAL LEVE S.A. IND E COM
R$ 5.655,00
2 CAVALOS
R$ 27.758,00
2.460 AÇÕES PN EUCATEX SA. INDI. E COM. NOME ESPOSA
R$ 530,00
3.107.222 AÇÕES PASAMA PARTICIPAÇÕES SA.
R$ 777.498,00
3.812.600 AÇÕES DE EUCATEX S.A. DE IND E COM, SENDO 3.020.280 ON E 792.320 PN
R$ 2.579.960,00
37.067.103 AÇÕES PASAMA PARTICIPAÇÕES SA.
R$ 23.314.400,00
4.233 QUOTAS SOCIEDADE DE ADM. AGRIC. IND. E COM. SALFAMA LTDA.
R$ 0,00
5 LINHAS TELEFON. RES.
R$ 14.515,00
6.589.650 AÇÕES USINAS STO OLIMPIO DE FERRO E AÇO - VL SIMBÓLICO 0,01 - EM FACE DE DECRET. DE FALENCIA
R$ 0,00
751.975 QUOTAS VIA CAPITAL EMPREENDIMENTOS LTDA. - NOVA DENOMINAÇÃO OBELISCO AGROPEC. E EMP. LTDA
R$ 221.388,00
9.999 QUOTAS SOCIEDADE PASAMA CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, R$ 1,00
R$ 9.999,00
AUTO MITSUBISHI, 3000 GT, 94 - PLACAS BRA 0660
R$ 74.618,00
AUTO PORSCHE, 79, PLACAS FOO 1111
R$ 43.720,00
BANCO ABN AMRO REAL S/A EM NOME ESPOSA
R$ 0,00
BANCO ABN AMRO REAL S/A EM NOME ESPOSA
R$ 0,00
BANCO CAISSE REGIONALE DE CREDIT AGRICOLE MUTUEL DE PARIS ATM DLLE - DE - DRANCE, EM NOME ESPOSA
R$ 5.947.990,00
BANESPA S/A AG. AV. BRASIL - FUNDO DE INVESTIMENTO
R$ 8.686,00
BANESPA S/A AGENCIA AV. BRASIL
R$ 5.410,00
BRADESCO EM NOME ESPOSA
R$ 14.319,00
CREDITO SINAL E PRINCIPIO DE PAGAMENTO WALTER ERWIN STUMPF CPF 199. 174.498-68
R$ 0,00
IMOBILIARIA SANTA TEREZINHA S/A
R$ 6.736,00
IMOV ITAPEC. DA SERRA - SP
R$ 7.564,00
IMOV. ITAPEC. DA SERRA
R$ 22.491,00
IMOV. ITAPECERICA DA SERRA-SP
R$ 21.138,00
IMOV. R. COSTA RICA, 126 - SP - SP
R$ 462.968,00
PASAMA PARTICIPAÇÕES S/A, EMPRESTIMO EM NOME DA ESPOSA
R$ 227.600,00
PREDIO RES. R. COSTA RICA, 146 - SP - SP
R$ 1.344.610,00
TERRENO LT. 4, 1. E, GUARUJÁ - SP
R$ 83.940,00
UNIBANCO
R$ 1.115,00
UNIBANCO EM NOME ESPOSA
R$ 17.039,00
UNIBANCO EM NOME ESPOSA
R$ 94.740,00
Total
R$ 38.949.518,00
Doador
CGC
Montante
COMITE FINANCEIRO UNICO PPB-SP
5.191.322-89
R$ 3.252.358,28
COMPANHIA SUZANO DE PAPEL E CELULOSE
60.651.726-16
R$ 221.775,25
SODEPA -SOCIEDADE DE EMP. PUBLICIDADE E PARTICIPAÇÕES S/A
43.826.833-19
R$ 200.000,00
KLABIN - RIOCELL S.A.
89.637.490-45
R$ 99.990,12
RIPASA S/A PAPEL E CELULOSE
51.468.791-10
R$ 76.744,64
TICKET SERVIÇOS S/A
47.866.934-74
R$ 50.000,00
ULTRAFÉRTIL S/A
2.476.026-36
R$ 40.000,00
FOSFÉRTIL - FERTILIZANTES FOSFATADOS S/A
19.443.985-58
R$ 40.000,00
EUCATEX SA
56.643.018-47
R$ 29.107,69
ELEICAO 2002 CF UNICO PPB/SP
17.162.579-91
R$ 15.170,00
FLAVIO GENNARI
15.929.408-89
R$ 15.000,00
TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA
43.244.631-69
R$ 13.265,77
EXPRESSO MERCURIO S/A
95.591.723-19
R$ 12.392,95
LILIANA PRINZIVALLI
7.467.778-09
R$ 10.000,00
BTI BRASIL TRANSP INTERMODAL LTDA
72.595.309-63
R$ 5.595,72
F AZEVEDO VASCONCELOS
498.640-73
R$ 5.000,00
EXPRESSO JUNDIAI SAO PAULO LTDA
50.935.436-40
R$ 2.297,65
YOSHIHIRO WATANABE
38.206.538-72
R$ 200,00
BANRISUL S/A
92.702.067-96
R$ 5,51
SERGIO STEFANELLI GOMES
70.088.808-04
R$ 5,51
JOEL ANGRISANI JUNIOR
538.177.378-15
R$ 5,00
Total
R$ 4.088.914,09
Financiadores de sua campanha para Prefeito de SAO PAULO/SP em 2004
Doador
CGC
Montante
Comitê Financeiro Municipal Único
14-00
R$ 1.360.421,26
SODEPA - SOCIEDADE EMPREEND. PUB. E PARTICIPAÇÕES
43.826.833-
R$ 200.000,00
SUZANO BAHIA SUL PAPEL E CELULOSE S/A
16.404.287-
R$ 96.586,00
INDÚSTRIA DE BEBIDAS ANTARTICA DO SUDESTE S/A
55.962.385-
R$ 50.000,00
BOVESPA - BOLSA DE VALORES DO ESTADO DE SÃO PAULO
61.694.865-
R$ 14.000,00
CBLC - CIA BRASILEIRA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA
60.777.661-
R$ 6.000,00
NS COMUNICACAO E PRODUCAO
6.103.830-
R$ 5.000,00
JORDI SHIOTA
66.975.938-06
R$ 2.500,00
NADIR PRADO S GOMES
578.963.648-57
R$ 1.500,00
MARCELA PRADO STEFANELLI
153.064.058-15
R$ 1.500,00
ANTONIO CARLOS CAON
894.275.728-89
R$ 1.070,00
DEBORA R O TORRES
181.677.948-18
R$ 1.000,00
SERGIO STEFANELLI GOMES
70.088.808-07
R$ 1.000,00
ANTONIO O.F. FILHO
28.492.588-02
R$ 1.000,00
YOSHIHIRO WATANABE
38.206.538-03
R$ 1.000,00
FERNANDA PRADO STEFANELLI
172.640.178-17
R$ 900,00
JOAO LUIZ DE BARROS
517.083.618-51
R$ 650,00
JUAN P O TORRES
338.393.618-33
R$ 500,00
ARNALDO PAULELLA
31.861.308-03
R$ 470,00
Total
R$ 1.745.097,26
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11:22 PM
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domingo, julho 30, 2006
A mulher de César
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10:47 AM
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Chega de circo
Após quase um mês de desatualização, o blog pretende, a partir desta data, voltar a estar conectado com o que se passa ao seu redor. Chega de circo, voltemos à dura e crua realidade!
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10:42 AM
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domingo, julho 02, 2006
Grandes Poetas: Fernando Pessoa
O mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum.
Alberto Caeiro
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8:14 PM
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Paradise Now
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8:00 PM
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Ludovico, o ingênuo
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11:45 AM
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sábado, julho 01, 2006
Não se ufane do seu país
Senti vergonha após a derrota de hoje. Mas esse sentimento de vergonha não teve nada a ver com o futebol em si. Senti vergonha por ver refletido na nossa seleção a pior da personalidade brasileira. A imagem do conformismo, da preguiça, da acomodação, da soberba, da falta de iniciativa, da auto-enganação, da falta de espírito vencedor, da megalomania, da auto-ilusão, da mediocridade, da covardia, do estúpido “jeitinho brasileiro”. Me perdoem se estou sendo ranzinza. Mas não me chamem de pessimista, nem de antipatriótico – acho ridículo o tal do patriotismo. Quero deixar claro, antes de encerrar, que todas essas características mencionadas não resumem o verdadeiro espírito brasileiro. Se foram elas que afloraram após o fiasco da seleção verde-amarela, algumas horas antes, através da seleção portuguesa, o Felipão, um brasileiro que merece o nosso orgulho, mais uma vez mostrou qual o caminho que devemos trilhar para conquistar nossos objetivos: com talento, sem dúvida, é mais fácil. Mas só o talento não basta, é preciso muito trabalho. Portanto, agora que o circo acabou, não nos esqueçamos do exemplo do Felipão: muito trabalho e superação, só assim é possível vencer na vida.
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8:03 PM
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Habana Blues
Tito: “Tenho 28 anos, e nunca pude sair desta maldita ilha!”
Rui: “ De que adianta sair, em troca de virar escravo dessa empresa estrangeira?!”
Tito: “Mas e aqui, também somos escravos!”
Rui: “Mas aqui, ao menos, somos escravos de nós mesmos!”
A liberdade é tudo. A liberdade é tudo, mas no momento em que optamos por vendê-la para outrem, ainda que não percebamos de imediato, a perdemos para sempre. O povo cubano precisa de liberdade. Mas como encontrar a liberdade e não se tornar um haitiano?
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1:35 AM
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quinta-feira, junho 29, 2006
Peço desculpas àqueles que acessaram o blog nos últimos vinte dias e decepcionaram-se com a sua desatualização. Justifico minha desídia pela falta de tempo decorrente tanto de meus compromissos profissionais quanto do agravamento de minha obsessão futebolística, inevitável nestes tempos de Copa do Mundo e prazerosa alienação.
Conselho aos banqueiros
Os números divulgados pelo Banco Central revelam que em 2005 os bancos lucraram 28,3 bilhões de reais, lucro este obtido, principalmente, através das operações de crédito bancário. Digno de nota observar que em 2003 a taxa média de rentabilidade dos bancos brasileiros foi de 17%, enquanto que a dos bancos norte-americanos ficou em 14%. Se você é brasileiro e pretende fundar um banco, os números evidenciam que você vive no país certo. Em 2004, os bancos lucraram 13,9 bilhões de reais, o que evidencia um superávit de 50%. Se você é banqueiro, vote em Lula para presidente. Fico devendo os números referentes à lucratividade dos bancos durante os oito anos de governo FHC. Apesar disso, sinto-me seguro ao dar o seguinte conselho: se você, banqueiro, apesar da benevolência petista, insiste em se manter fiel ao tucanato, fique tranqüilo, vote no Alckmin, pois garanto que o grau de benevolência não será reduzido.
Conselho aos pobres
Se você é pobre, pobre mesmo, vote Lula para presidente. Afirmo isto após ler as seguintes declarações do presidente-presidenciável: “Seria tão mais fácil a gente governar se tivéssemos que cuidar só dos pobres. Os pobres não dão trabalho, por isso por muito tempo ficaram esquecidos. Eles não têm dinheiro para ir protestar em Brasília, para fazer passeatas. O pobre quer apenas um pouco de pão, enquanto o rico, muitas vezes, quando encosta na gente, quer um bilhão. Fazer política para pobre é uma coisa prazerosa, porque a gente sente que a comida chega na casa das pessoas”. Como você pode perceber ao ler,desculpe, ao ouvir as palavras do presidente, ele sente prazer em fazer política para você. Se você, como pensa o presidente, concorda que comida é pão, saiba que se reeleito, Lula assegurará uma ração diária de pão na sua mesa. Mas não se esqueça, se votar em Lula, nem pense em ir à Brasília reclamar, seja da quantidade ou da qualidade do pão, senão o presidente poderá ficar irado e suspender o fornecimento. Se você é rico... bem, se você é rico, não deve estar muito preocupado: seja Lula, ainda sem prazer, seja Alckmin o vencedor, a sua condição não será alterada.
A três meses das eleições
Quando escutava o Jabor chamar a esquerda brasileira de burra, e ao mesmo tempo assistia às fracassadas tentativas da esquerda petista de chegar ao governo federal, dava crédito às suas palavras. Quando o PT chegou ao Planalto, pensei que Jabor nunca mais tacharia de burra a esquerda brasileira. Ledo engano! Votei no Lula e, conseqüentemente, acabei ajudando a legitimar a sua transição mais à direita – centro-esquerda? Centro-direta? Tanto faz. Tive que assumir a burrada. Insistir nela, ao menos no primeiro turno, de forma alguma. Tenho alternativas? Tenho, talvez duas apenas. Mas elas existem. As pesquisas evidenciam que nenhuma delas com probabilidade de eleição. Não importa. Votarei por eliminação. Parece que somente dois candidatos são eleitoralmente viáveis, mas não posso compactuar com o cinismo e com a hipocrisia. Por isso, às favas com as pesquisas! Nunca votei no FHC, mas votei no Lula. Minha experiência de eleitor me impede de repetir a dose.
Teste o seu estômago
É mais difícil de tolerar: O jogo de empurra do PT (PMDB) e do PSDB(PFL) quanto aos ataques de corrupção e ineficiência administrativa? A insistência do Parreira em proibir o Ronaldinho Gaúcho de jogar futebol? A megalomania do Galvão Bueno? Ou o Maluf e o Pitta candidatos à deputado federal?
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9:39 PM
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