terça-feira, novembro 20, 2007

Como combater a violência do tráfico?

O resultado da enquete foi alentador. Era grande o receio de que a alternativa vencedora fosse "é impossível combatê-la". Dos frustrantes 7 votos, 4 apontaram que a melhor solução é uma maior intervenção social; opinião compartilhada por este blog. Questões complexas exigem soluções complexas? Não existem soluções complexas, como nos mostra a história do mundo. Talvez o pouco número de votantes justifique a ausência de voto na alternativa "legalização das drogas".

A violência do tráfico de drogas é talvez o problema mais grave sobre o qual se debruçam praticamente todos os governantes de todos os países do globo. A alternativa da legalização das drogas, embora tenha me seduzido outrora, não me parece a melhor. Se deu certo nos Estados Unidos dos tempos da Lei Seca, redundou em tremendo fracasso nas nações européias que legalizaram a venda de alguns psicotrópicos nos últimos anos. Ademais, descriminalizando a venda, que garantia teríamos de que um mercado negro, estilo camelô, não continuaria alimentando a indústria da violência que está por trás do comércio de entorpecentes?

A solução mais eficaz, não temos dúvida, seria uma campanha maciça do Estado em prol da saúde, da educação e da inclusão social dos desfavorecidos. Não somos ingênuos a ponto de pensar que somente os "marginais" comercializam drogas. O ecstasy é um produto altamente lucrativo para muitos abonados comerciantes, ocupantes do topo da pirâmide social. Mas tal fato não pode ser utilizado como premissa de um argumento que refute a forte influência da desigualdade social sobre a indústria do tráfico. A falta de oportunidades, de salutares oportunidades de ascensão social, sem sombra de dúvidas é a maior causa da violência do tráfico de drogas. Ocorre que para a grande maioria das pessoas - não das que votaram na enquete - o tráfico exige soluções imediatas, a curtíssimo prazo. A alternativa vencedora exige tempo, longo prazo para surtir efeitos. Em razão do imediatismo, a maioria acaba preferindo buscar formas de retaliação ao invés de encontrar solução para o problema.

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