quinta-feira, abril 20, 2006

Ludovico, O Ingênuo

Ludovico agradeceu ao jornalista Elio Gaspari a oportunidade de obter na internet a íntegra da Denúncia do Procurador-Geral da República. “Santo remédio para suportar estas crises de insônia!” – exclamou, quando ainda lia a lista de denunciados.

Mas, muito embora ainda não tenha lido toda a peça, Ludovico apaixonou-se principalmente pelo tópico II, intitulado “Quadrilha”.

A riqueza de detalhes com que é esmiuçada a estratégia adotada pela quadrilha para praticar os crimes e sair impune, quase levou Ludovico às lágrimas.

Após ler que “Marcos Valério sempre atuou no ramo financeiro, que representou a verdadeira escola dos estratagemas por ele implementados e oferecidos aos Partidos mencionados (PSDB e PT)”, ficou bastante intrigado: “Seria o famoso empresário quem iniciou a estória toda, lá em 96, quando, a pedido de seu padrinho, ajudou um amigo deste a conseguir dinheiro para concorrer ao Senado? Se o empresário entrou na máfia em 1996, foi idéia dele a diversificação de atividades da empresa, ou ele apenas deu continuidade à atuação desta no mercado? Se a alternativa correta for a segunda, quem era o antigo mentor (sem trocadilhos)? E ainda, a empresa, antes do ingresso do publicitário em seus quadros, atuava apenas no âmbito estadual ou já havia estendido seus tentáculos para o âmbito federal? Se já havia se alastrado, desde quando? O PT, quando não era governo, não conseguiu descobrir o esquema? Se sim, porque não o utilizou como a oposição o utiliza hoje? Será que o PT só descobriu quando chegou ao poder? Se sim, será que pensou que ao se beneficiar do esquema, não daria munição para a oposição derrubá-lo?.......Não, nem eu seria tão ingênuo”!

Apesar de já ter colocado um retrato do Procurador-Geral da República em sua mesa de cabeceira, Ludovico lamenta o fato de que o inquérito não responderá todas as suas dúvidas. Lamenta-se, sobretudo, pelo fato de que o inquérito somente versará sobre as maracutaias que envolvem o senador mineiro e os asseclas do atual governo federal. Ludovico sente-se frustrado, pois percebe que apenas parte da história será contada. É muito chato pegar o filme pela metade: até podemos entender o final, mas ficamos loucos para saber o começo da história.

Ludovico pensa em mandar um e-mail para o Procurador-Geral da República, e também para o Ministro Joaquim Barbosa, na esperança de que eles lhe contem o começo da história.

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